Song: A Despedida
Year: 2018
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"Caminhando para o fim..."

... Para quando o chão fugir ....
... Mantém a cabeça erguida ...

[Verso 1]
Grito, silenciosamente
O que tenho escrito
Vagueio perdido
Na mente
Num labirinto
De pensamentos
Sentimentos
Sensações
Tou sozinho
Parado no tempo
E sem opções
Enfrento o mundo
Com um nó na garganta
Uma ferida aberta
Onde o sangue não estanca
A viver pressionado
Com um fardo pesado
De nesta vida
Fazer algo com significado
A vida é muito curta
Pa fazer planos
Não há desculpa
Para não fazer o que gostamos
Temos medo da mudança
Porque apenas receamos
O lado mau de cada etapa
Que nós enfrentamos
Mas com o passar dos anos
A mente em cá em si
E foi aí
Que descobri
Que não faço nada aqui
Eu vivo, num mundo à parte
Onde a arte me eleva
A outro patamar
Mesmo fechado no quarto
Cada segundo a amar-te
É verdade, mas tu negas
Pede a outro pa t'amar
Porque disso eu já tou farto
De forma bipolar
Vou levando o dia-a-dia
Num mundo imaginário
A realidade é dividida
O medo de comunicar
Com quem me trouxe à vida
Fez me parar e pensar
Que vagueio à deriva
Ver algo a desvanecer
Sem o meu consentimento
Fez me perceber
Que não sei lidar com sentimentos
Uma pressão social
Que me consome por dentro
Uma bola de neve
Que me persegue lentamente
À medida que vou crescendo
Vejo que é pouco o tempo
Que tenho para fazer
O que eu quero realmente
Preso nas linhas dum caderno
Amarrado a uma caneta
Verão em pleno inverno
Dentro da minha cabeça
O paraíso ou o inferno?
Não tenho bem a certeza
Talvez seja só medo
De pôr as cartas na mesa
Quando se fala de deus a
Conversa fica tensa
Muitos só o adoram
À espera de recompensa
A morte
É um lugar melhor
Então porquê a espera?
Porque é que ficamos cá
Tantas primaveras?
Porque é que nós choramos
Por aqueles que partiram?
Como é que acreditam
Em algo que nunca viram?
Porque é que nós vivemos?
Porque é que nós perdemos
Tanto tempo cá em baixo
Man, porque é que não morremos?
Se morrer é tão bom
Para que serve esta vida?
Para eu desperdiça-la
A escreve-la em batidas?
Se escrever valesse a pena
O Nerve tava em alta
Eu só acho que o problema
Tá em toda essa malta
Que não liga
Ao trabalho
Ao suor e sacrifício
Interrompi os estudos
Pa lutar por este ofício
Um sonho de miúdo
Ou mero desperdício
Se isto é um erro
Vejo que errar é vício
É com erros que aprendo
E me vou instruindo
Mas às vezes instruções
Apresentam vários caminhos
E eu sigo sem destino
A contar só comigo
Onde esta arte urbana
É o meu porto de abrigo
[Refrão]
A vida é uma
Não tens outra tentativa
Mesmo quando o chão fugir
Mantem a cabeça erguida
Para tu poderes sorrir
Na hora da despedida
Porque é suposto sorrir
Na hora da despedida
(x2)

[Verso 2]
Meu puto acorda
E tira a corda do pescoço
Falo comigo próprio
Sempre com tom de gozo
Como se o outro eu
Tivesse mais estofo
Que este ser aprisionado
Dentro do meu corpo
Tou farto de dar tudo
E não receber nada troca
Grito com as paredes
Até que a voz sufoca
Os pais não estão presentes
Eu tou longe da toca
E são raras as vezes
Que o telemóvel toca
Quando a saudade aperta
O choro me aborda
Porque agora
Dou por mim a fechar outra porta
Tenho saudades
De tudo aquilo que vivi outrora
Semanas em Coimbra
Com vontade de ir embora
A cidade que me obriga
A tar mais tempo fora
É a mesma que me abriga
Nesta nova trajetoria
Mas eu penso em cada hora
Que perco a vir pra cá
Será que vão ser repostas
No dia de amanhã?
Viver sem motivação
É a morte de qualquer um
Por isso a dedicação
É me motivar no som
Deixa ser ilusão
Deixa-me no meu canto
A cada composição
A vida ganha mais encanto
Eu vivo para isto
Mesmo que digam que não
E irei sempre fazê-lo
Enquanto houver pulmão
Eu sinto a pulsação
A aumentar cada vez mais
E aproveito este som
Para agradecer aos meus pais
Por tudo o que fizeram
Por tudo o que me deram
E se não me deram mais
Foi porque não puderam
Sei que não serei o filho
Que os meus pais esperam
Como que nunca fui o filho
Que eles mereceram
Eu sei que às vezes exagero
O ódio deixa-me cego
Falo de cabeça quente e erro
Isso eu não nego
Por isso eu tenho estado
Como um baú fechado
E eu não tenho achado
A chave, no teu casaco
Ver-te a bazar de casa
Sempre foi um hábito
Mas bazares por minha causa
Deixa-me de rastos
Eu junto os cacos
Do vidro partido
É nocivo
O que se tem
Passado comigo
Será que saltar da ponte
Vai ser suficiente
Pa toda a gente sentir
O que eu sinto cá dentro?
Uma dor que me corroi
E destroi diariamente
Com lembranças
A mutilarem-se mutuamente
Dizem que tenho de desabafar
Mas acho que tenho medo
E quando o mundo desabar
Eu abro o caderno e escrevo
Tal como escrevo aqui
Isto é a minha vida
Desculpem lá a tensão
Se disse o que não devia
Só queria atenção
Na mensagem transmitida
Se pra ti é confusão
A missão foi sucedida
Fechado numa prisão
Tento desligar a ficha
Lágrimas em fricção
E a visão já não fixa
Em plena exaustão
Acompanho a batida
E reparo que este som
É uma folha perdida
Sinto que não disse nada
Numa letra tão comprida
Mas não sei o que falar
Na hora da despedida man...

( Mace (#BCLNSX) )
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