[Verso 1]
Minha primeira lembrança tava sentado no quarto
Quatro anos era criança com a minha mãe do meu lado
Lembro que eu brincava numa manta da Heidi e do Marco
E o quanto eu hoje amava ter a cota pa cuidar
Eu era um puto traquina
Chapéu e a roupa combina
Girava à zona com bina
Chavalo tu voa que é sina
Tínhamos a boca na esquina
Vida era louca mas tinha
Responsa que é pouca ensina
Que a rua põe-te na linha
Por volta dos 20 e tais
Os cotas saíram de Campolide foram p'ós Pedrenais
Era Eu, o meu irmão, o meu avô e os meus pais
Nós os cinco num cúbico uma mão cheia não é demais
Ainda de noite e com a luz acesa
Pai saí cedo, mãe saí cеdo 'pa conseguir pitéu na mesa
Ya éramos a típica família portuguesa
Quе o pai trabalha nas obras e a mãe 'tá nas limpezas
[Refrão]
O que vem depois eu já sei, a cabeça lembra
Foram escolhas do que sonhas que a incerteza dá
Enche os pulmões quando tens a cabeça
Quente
Nada é pa sempre, eu tou ciente que um dia tudo acaba
[Verso 2]
Vida dá muita volta, tinha por volta dos 12
Parecia 'tar tudo bem mas o azar vem silencioso
Quando me disseram que a minha cota
Tinha que operar uma aorta
Ser aberta desde do peito ao pescoço
Procedimento era perigoso 'pa pôr um pacemaker
Vejo a mãe chorar enquanto ela se deita
Deixa a vida rolar mãe a gente skate'a
Ela pede me 'pa a abraçar eu sinto o medo que ela receia
Vai correr bem mãe, eu já te vejo
Dou-lhe um forte abraço e na testa dou-lhe um beijo
Enquanto eu viro as costas e os meus olhos eu fecho
Pensava não me deixes, é tudo o que eu desejo
Deus deu me ouvidos nesse dia
Fez me continuar a acreditar porque a vida não me sorria
Se eu soubesse o que sei hoje eu fazia
'Pa nunca ficar longe da família que devia dar primazia
[Refrão]
O que vem depois eu já sei, a cabeça lembra
Foram escolhas do que sonhas que a incerteza dá
Enche os pulmões quando tens a cabeça
Quente
Nada é pa sempre, eu tou ciente que um dia tudo acaba
[Verso 3]
O que a vida te dá, ela um dia subtrai
Aproveita enquanto 'tão cá um dia tudo vai
Tinha 17
É num instante que tudo num segundo cai
Que eu perdi o meu avô pra mim foi um segundo pai
'Tá no meu peito respeito quem me ensinou
Já perdi muito na vida para aprender a não dar valor
Depois disso todos os dias eu saia durante a noite
Fazia o que não devia vinha 'pa casa feito num oito
Bazei da school à pala do bules queria paka mais rápida
Se era ganza, cabeça dança, fumarada, padrada
Eram noitadas, diretas, má vida eu não cubava
Eu acabava a noite after atrás de after
Eu já vi e também vivi muita merda
Querer mudar o passado é um sentimento que a gente herda
Mas tu aprende e não te prendas nesse tempo
Esquecer não é superar isto são fases que eu me lembro
[Refrão]
O que vem depois eu já sei, a cabeça lembra
Foram escolhas do que sonhas que a incerteza dá
Enche os pulmões quando tens a cabeça
Quente
Nada é pa sempre, eu tou ciente que um dia tudo acaba
Minha primeira lembrança tava sentado no quarto
Quatro anos era criança com a minha mãe do meu lado
Lembro que eu brincava numa manta da Heidi e do Marco
E o quanto eu hoje amava ter a cota pa cuidar
Eu era um puto traquina
Chapéu e a roupa combina
Girava à zona com bina
Chavalo tu voa que é sina
Tínhamos a boca na esquina
Vida era louca mas tinha
Responsa que é pouca ensina
Que a rua põe-te na linha
Por volta dos 20 e tais
Os cotas saíram de Campolide foram p'ós Pedrenais
Era Eu, o meu irmão, o meu avô e os meus pais
Nós os cinco num cúbico uma mão cheia não é demais
Ainda de noite e com a luz acesa
Pai saí cedo, mãe saí cеdo 'pa conseguir pitéu na mesa
Ya éramos a típica família portuguesa
Quе o pai trabalha nas obras e a mãe 'tá nas limpezas
[Refrão]
O que vem depois eu já sei, a cabeça lembra
Foram escolhas do que sonhas que a incerteza dá
Enche os pulmões quando tens a cabeça
Quente
Nada é pa sempre, eu tou ciente que um dia tudo acaba
[Verso 2]
Vida dá muita volta, tinha por volta dos 12
Parecia 'tar tudo bem mas o azar vem silencioso
Quando me disseram que a minha cota
Tinha que operar uma aorta
Ser aberta desde do peito ao pescoço
Procedimento era perigoso 'pa pôr um pacemaker
Vejo a mãe chorar enquanto ela se deita
Deixa a vida rolar mãe a gente skate'a
Ela pede me 'pa a abraçar eu sinto o medo que ela receia
Vai correr bem mãe, eu já te vejo
Dou-lhe um forte abraço e na testa dou-lhe um beijo
Enquanto eu viro as costas e os meus olhos eu fecho
Pensava não me deixes, é tudo o que eu desejo
Deus deu me ouvidos nesse dia
Fez me continuar a acreditar porque a vida não me sorria
Se eu soubesse o que sei hoje eu fazia
'Pa nunca ficar longe da família que devia dar primazia
[Refrão]
O que vem depois eu já sei, a cabeça lembra
Foram escolhas do que sonhas que a incerteza dá
Enche os pulmões quando tens a cabeça
Quente
Nada é pa sempre, eu tou ciente que um dia tudo acaba
[Verso 3]
O que a vida te dá, ela um dia subtrai
Aproveita enquanto 'tão cá um dia tudo vai
Tinha 17
É num instante que tudo num segundo cai
Que eu perdi o meu avô pra mim foi um segundo pai
'Tá no meu peito respeito quem me ensinou
Já perdi muito na vida para aprender a não dar valor
Depois disso todos os dias eu saia durante a noite
Fazia o que não devia vinha 'pa casa feito num oito
Bazei da school à pala do bules queria paka mais rápida
Se era ganza, cabeça dança, fumarada, padrada
Eram noitadas, diretas, má vida eu não cubava
Eu acabava a noite after atrás de after
Eu já vi e também vivi muita merda
Querer mudar o passado é um sentimento que a gente herda
Mas tu aprende e não te prendas nesse tempo
Esquecer não é superar isto são fases que eu me lembro
[Refrão]
O que vem depois eu já sei, a cabeça lembra
Foram escolhas do que sonhas que a incerteza dá
Enche os pulmões quando tens a cabeça
Quente
Nada é pa sempre, eu tou ciente que um dia tudo acaba
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