[Lyric] Sobre a Falência dos Ideais (A286)

[Verso 1: Reinaldo]
Vozes na minha cabeça entre si conflitam
Sequei mais uma e nem é duas da madruga ainda
Loucura, as coisas mudam e não avisa
Paro e penso até parece que já vivi várias vidas
O resumo é solitude desregrada rotina
Pensamentos, manuscritos, livros, garrafas vazias, não
Não é tão normal assim pra quem não tinha
Posto uma gota de álcool na boca antes dos 30
É quente, nada demais nem contra sem ofensa
Foi por respeito a minha mãe e sua crença
Todos precisam de ajuda todos tem problemas
Comigo não foi diferente entenda
A diferença é que há tempos sou eu e meus demônios
Literalmente não há ninguém pra me puxar do poço
Entende? A morte é certa, o mundo é impiedoso
Então ter quem faça tudo por você pode ser perigoso
Espero sempre o pior de tudo, habitual
Mal necessário, satisfaz meu Inferno pessoal
Minha natureza selvagem discordante dual
Certo é que sempre o imaginável é pior que o real
Eu sei quando o pesadelo é estar acordado
Cansei de procurar entre os escombros significado
Se estou resgatando alguém, não sei
Sei que não consigo ajudar ninguém se eu não tô bem
Só tô tentando sair da bolha
Convivendo com os demônios das próprias escolhas
Somos nossas escolhas
Esse quarto apertado é um templo aí, na boa
Podem mandar o que quiser, pode vim testar
Minha honra nem a morte vai ser capaz de tirar
Quem tentou me prejudicar eu nunca vou perdoar
Vai ser preciso um pouco mais pra me fazer chorar
Essa porra é uma terapia, tá ligado?
Escrevo quando a vida se torna intolerável
Em resumo tudo não passa de um profundo desabafo
Eu sou forte eu sei, sou forte pra caralhoo
Talvez só passo pro papel o que eu queria escutar
Você é maior que tudo isso, irmão, pode pá
As vezes é preciso lembrar
Antes que o cansaço consiga te convencer a parar