[Verso 1: Pestana]
Todos os dias me sujo, como um portão arrombado
Também eu desconjunturo
Em memórias inflamadas e nem água da mais pura
Me devolve o cheiro a terra, quem sou eu
Se não engenho e tenho no peito uma cratera, submersa
Neste lugar onde a fome não se mata
O jantar não sabe a nada
E eu já vi isto em algum lado
Virado do avesso fuma um cigarro
O pendurado, nos seus olhos uma frecha
Onde a loucura sempre escoa
Punhados de jóias sem valor fazem festim pela noite dentro
Ganham ritmo andamento
Olha-me aquele desgraçado rasga a capa pela metade
E se é que morro peço apenas que me vistam com vontade
Sem remendos sem reparos, só restante da mortalha
E eu tocada pelo gesto de entrar e vê-lo repartir a última migalha
[Refrão]
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
[Verso 2: Pestana]
Que poesias sedutores ouves tu desse lado
Oh cama feita entre escombros
Crimes por pagar, o mal e os outros semelhantes
Caem e esfolam os joelhos, escavam marcas no asfalto
Há iluminação tão bela quanto a luz do próprio quarto
Tão singela que não cega nem desdenha a mão do próprio criador
Chora assim que se apresenta como é bela a própria dor
Espreme e deixa assim de lado
Um suspiro entalado entre o punho e a parede
Entre o cunho e toda a gente, trás semblantes a seu gosto
E seu carecer sem paz no rosto, já vai cansado
[Refrão]
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
[Verso 3: Rapper não Identificada]
E eu sentado aqui, mas vou sem fome nenhuma
Mesa de mogno que é tão grande para esta sala
Quem são as pessoas que se vestiram de gala
E partilharam pão e sal, mesmo que não saiba a nada
Tapados pela sombra que nem eu próprio conheço
Rosto enfaixado, agrafado ao desapego, longe da visão
Apenas vejo estender a mão calejada
Que afasta a minha cara da travessa, até parecia ir satisfeito
É sempre fácil quando repousas na colher
És comido e não lutas para comer
Servido para ser sorvido num ápice
E as conversas pouco claras de análise, de onde vem a luz?
Será que vem de ti cometa e tu satélite que refracte a cor cinzenta
Há de ser prisma avariado ou bom produto extraviado
Prova-te a ti próprio e logo diz-me a que é que sabe
[Refrão]
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
Todos os dias me sujo, como um portão arrombado
Também eu desconjunturo
Em memórias inflamadas e nem água da mais pura
Me devolve o cheiro a terra, quem sou eu
Se não engenho e tenho no peito uma cratera, submersa
Neste lugar onde a fome não se mata
O jantar não sabe a nada
E eu já vi isto em algum lado
Virado do avesso fuma um cigarro
O pendurado, nos seus olhos uma frecha
Onde a loucura sempre escoa
Punhados de jóias sem valor fazem festim pela noite dentro
Ganham ritmo andamento
Olha-me aquele desgraçado rasga a capa pela metade
E se é que morro peço apenas que me vistam com vontade
Sem remendos sem reparos, só restante da mortalha
E eu tocada pelo gesto de entrar e vê-lo repartir a última migalha
[Refrão]
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
[Verso 2: Pestana]
Que poesias sedutores ouves tu desse lado
Oh cama feita entre escombros
Crimes por pagar, o mal e os outros semelhantes
Caem e esfolam os joelhos, escavam marcas no asfalto
Há iluminação tão bela quanto a luz do próprio quarto
Tão singela que não cega nem desdenha a mão do próprio criador
Chora assim que se apresenta como é bela a própria dor
Espreme e deixa assim de lado
Um suspiro entalado entre o punho e a parede
Entre o cunho e toda a gente, trás semblantes a seu gosto
E seu carecer sem paz no rosto, já vai cansado
[Refrão]
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
[Verso 3: Rapper não Identificada]
E eu sentado aqui, mas vou sem fome nenhuma
Mesa de mogno que é tão grande para esta sala
Quem são as pessoas que se vestiram de gala
E partilharam pão e sal, mesmo que não saiba a nada
Tapados pela sombra que nem eu próprio conheço
Rosto enfaixado, agrafado ao desapego, longe da visão
Apenas vejo estender a mão calejada
Que afasta a minha cara da travessa, até parecia ir satisfeito
É sempre fácil quando repousas na colher
És comido e não lutas para comer
Servido para ser sorvido num ápice
E as conversas pouco claras de análise, de onde vem a luz?
Será que vem de ti cometa e tu satélite que refracte a cor cinzenta
Há de ser prisma avariado ou bom produto extraviado
Prova-te a ti próprio e logo diz-me a que é que sabe
[Refrão]
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
Sou vestida de oferenda seda escura cor de breu
Enquanto o rito flui malvado
Se o jantar não sabe a nada é que o jantar sou mesmo eu
( Joo Pestana )
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